Hildo Rocha debate reforma tributária, na TV Câmara, e destaca as principais mudanças
Assessoria/FonteAN
Durante debate promovido pela TV Câmara, mediado pela apresentadora Daniela André, os deputados federais Hildo Rocha, presidente da Comissão Especial que analisa a PEC 45, e Mauro Benevides (PDT-CE), discutiram as principais novidades do projeto que trata sobre a Reforma Tributária.
Por que o tema voltou a ser debatido?
Rocha explicou que embora a Câmara tenha aprovado uma proposta na legislatura anterior, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, entendeu que seria justo proporcionar aos deputados que assumiram os mandatos em fevereiro de 2019 oportunidade para que eles também pudessem participar dos debates e da construção do novo sistema tributário.
“Houve uma renovação muito grande, na Câmara Federal, em mais de 50% , além do que muitos dos que se reelegeram foi com o compromisso de fazer a Reforma Tributária. Então, o presidente Rodrigo Maia entendeu que deveríamos recomeçar do zero, assim criou-se uma Comissão para tratar do assunto. Eu fui eleito pelos colegas deputados como presidente e o deputado Agnaldo Ribeiro foi designado por mim, resultado de um amplo acordo, como relator da reforma tributária que está contida na PEC 45,”, explicou Hildo Rocha.
PEC do Baleia
Rocha destacou que a PEC 45/2019, de autoria do deputado Baleia Rossi se baseou no estudo do o Instituto da Cidadania Fiscal que tem como coordenador o economista paulista Bernard Appy. “A PEC do Baleia Rossi vem para dar transparência e permitir que o cidadão além de ser consumidor também se veja na situação de contribuinte e, consequentemente, de fiscal. Nós não podemos ter fiscal melhor para o sistema tributário do que o próprio contribuinte”, argumentou Hildo Rocha.
Envolvimento da sociedade
De acordo com o parlamentar, durante os debates ficou evidenciada a necessidade de estender os debates para a sociedade. Rocha enfatizou que a falta de conhecimento acerca do tema afasta as pessoas dos debates.
“A maioria das pessoas desconhece os valores dos tributos que estão embutidos no preço final dos serviços e bens que elas compram. Então, a fim de envolvermos a sociedade nos debates, realizamos Seminários em diversas regiões do Brasil. No Maranhão, Estado que represento, foram realizados dois seminários, um na Fiema, em São Luis e um na cidade de Imperatriz, na Câmara de Vereadores”, enfatizou o deputado.
Síntese da proposta
• Proposta simplifica o sistema tributário, substituindo cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS)
• Transição vai demorar dez anos, sem redução da carga tributária
• Proposta também cria o Imposto Seletivo Federal, que incidirá sobre bens e serviços cujo consumo se deseja desestimular, como cigarros e bebidas alcoólicas
Características do IBS
• terá caráter nacional, com alíquota formada pela soma das alíquotas federal, estaduais e municipais; estados e municípios determinam suas alíquotas por lei
• incidirá sobre base ampla de bens, serviços e direitos, tributando todas as utilidades destinadas ao consumo
• será cobrado em todas as etapas de produção e comercialização
• será não-cumulativo
• contará com mecanismo para devolução dos créditos acumulados pelos exportadores
• será assegurado crédito instantâneo ao imposto pago na aquisição de bens de capital
• incidirá em qualquer operação de importação (para consumo final ou como insumo)
• nas operações interestaduais e intermunicipais, pertencerá ao estado e ao município de destino
Os governos estaduais são a favor das mudanças propostas?
Segundo o deputado Hildo Rocha, os governos estaduais, por meio dos seus secretários de Fazenda, se pronunciaram favoráveis à PEC 45.
“Porém, existem pontos de discordância. Exemplo: os secretários entendem que a participação dos Estados, deve ser maior do que a dos municípios no Comitê Gestor do IBS. Além disso, existe outra situação complexa a ser resolvida que é a criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional, defendia por alguns Estados. Portanto, ainda temos que discutir esses e outros temas. Entretanto, posso assegurar que a proposta que iremos aprovar irá promover a justiça fiscal, ou seja, os pobres irão pagar menos do que os ricos”, afirmou Hildo Rocha.