MPF pede adiamento do lançamento das Comunidades do WhatsApp no Brasil
Segundo o órgão, as Comunidades do WhatsApp podem facilitar a propagação da desinformação na plataforma, o que representaria um retrocesso.
A Procuradoria da República de São Paulo, unidade do MPF no estado, enviou um ofício ao WhatsApp manifestando preocupação em relação ao novo recurso do aplicativo, as Comunidades. Segundo o órgão, as Comunidades do WhatsApp podem facilitar a propagação da desinformação na plataforma, o que representaria um retrocesso.
No ofício, a Procuradoria pediu diversos esclarecimentos ao WhatsApp sobre o novo recurso e seu funcionamento. Além disso, o órgão também pediu ao WhatsApp informações sobre a possibilidade de adiar o lançamento das Comunidades para o início de 2023, depois das eleições presidenciais.
Para justificar o adiamento do lançamento das Comunidades do WhatsApp, a Procuradoria da República de São Paulo cita o caso da invasão ao Capitólio, ocorrida em janeiro de 2021. O órgão teme que um episódio parecido possa ocorrer no Brasil e seja organizado usando a nova ferramenta.
Na ocasião, apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump invadiram a sede do Congresso dos Estados Unidos, com a intenção de evitar a ratificação da vitória de Joe Biden. O episódio resultou em uma grande confusão, que deixou cinco mortos e centenas de feridos.
Segundo a Procuradoria, a nova funcionalidade deve trazer facilidades aos usuários da plataforma, porém, também aumenta a possibilidade de que conteúdos viralizem. Segundo o órgão, o novo recurso pode até mesmo prejudicar as medidas adotadas pelo WhatsApp contra a desinformação na plataforma.
O que são as comunidades do WhatsApp
Na última quinta-feira (14), a Meta anunciou que lançará uma nova ferramenta no WhatsApp, as Comunidades, que vai permitir que administradores de grupos possam reunir até dez grupos sob a mesma administração. Na prática, isso aumenta o número de destinatários de conteúdos dos atuais 256 para 2.560.
Segundo a Procuradoria, a ferramenta pode representar um “retrocesso do movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação, que o WhatsApp, a princípio, vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos”.
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