Entradas no Socorrão caíram pela metade
Medo diminui morte de imperatrizenses; das outras cidades, aumenta
Mudança de comportamento ditada pelo medo e pelos decretos que restringem o movimento do comércio, incluindo a proibição dos bares e shows, tem poupado vidas de pessoas que moram em Imperatriz. Com relação às cidades vizinhas (que recorrem aos serviços da saúde daqui) nas quais as proibições praticamente não existem, os óbitos dos pacientes que dão entrada no Socorrão apontam aumento de até 50% entre um mês e outro.
Dos pacientes registrados como habitantes de Imperatriz, em fevereiro, mês com menos dias, morreram 72 pessoas no Socorrão, quando ainda não existia nenhuma medida restritiva; março, já com decretos vigorando, 44 óbitos (queda de 39%) e em abril, 42 (menos ainda). Vindos das outras cidades, as mortes de fevereiro foram 31; de março, 46 (50% a mais) e em abril, 41.
No Socorrão, por ser de urgência e emergência, a grande demanda gira em torno de vítimas de acidentes ou de brigas (armas de fogo ou brancas). Com menos movimento comercial e com as noitadas e baladas praticamente zeradas, os acidentes de trânsito e as brigas em geral provocadas pelos excessos, diminuem muito. Os números constatam que a falta de mais rigor nas demais cidades gera um aumento abrupto dos pacientes que vão a óbito, de 31 para 46 e, no terceiro mês, 41.
As mortes naturais em geral se dão em meio aos mais idosos. Em números absolutos elas se mantêm no mesmo patamar, mas proporcionalmente sobem um pouco (de 60,1% para 63,9%), exatamente porque as outras, provocadas por traumas, se reduziram. Os óbitos pela Covid-19 não fazem parte das estatísticas do Socorrão, porque os seus pacientes são tratados em outras unidades de Saúde.